LOPO JOAQUIM DE ALMEIDA HENRIQUES
51º MANDATÁRIO DO RIO GRANDE DO NORTE 51º (QÜINQUAGÉSIMO PRIMEIRO)
GOVERNANTE DA CAPITANIA DO RIO GRANDE DO NORTE, NO PERÍODO DE 30 DE AGOSTO DE 1802 A 19 DE FEVEREIRO DE 1806 - (ÚNICO MANDATO)
PRECEDIDO POR GOVERNO DO SENADO DA CÂMARA SUCEDIDO POR GOVERNO DO
SENADO DA CÂMARA
Cavaleiro da Ordem de Aviz, era Sargento-mor da Infantaria da
Corte quando foi nomeado Capitão-mor e Governador do Rio Grande do Norte por
Patente Real outorgada pelo Príncipe Regente Dom João VI, em 2 de junho de
1802. Dois meses depois, mais exatamente a 23 de agosto, prestou homenagem e
demais deferências de costume ao governo de Pernambuco e veio para Natal, aqui
chegando e sendo empossado em 30 do mesmo mês perante o Senado da Câmara. Afora
atos comuns próprios ao cargo, tais como concessões de datas de terra,
provimento de postos militares e encaminhamento de relatório ao Reino dando
conta das extremas precariedades em que se encontravam as defesas da Capitania,
acrescendo-o com correspondente solicitação de recursos a fim de suprir ou ao
menos minorar tais defasagens, suas intervenções parecem haver se resumido ao
cometimento de inúmeras e flagrantes injustiças. Gonçalves Dias, citado por
TAVARES DE LIRA (1982, p. 165), escreveu sobre ele: Lopo, homem despótico e
violento, cometeu toda a espécie de arbitrariedades: mandou fazer roçados de
mandioca pela tropa em lugares por onde hoje se estende a cidade, e plantações
de melancia, de que tirava a parte do leão. Homens brancos foram vistos, em dia
claro, amarrados ao pelourinho e surrados como ladrões de melancia. O clamor de
tantos absurdos chegou enfim a ocupar a atenção da Corte e, por ordem dela, o
governador de Pernambuco, Montenegro (Caetano Pinto de Miranda Montenegro),
intimou a este Capitão-mor, em nome do rei, que se retirasse para Pernambuco no
prazo de oito dias, se tantos fossem precisos. Esta intimação deu-se em janeiro
de 1806 mas, como registram VICENTE DE LEMOS e MEDEIROS, Pela carta de 16 de
março de 1804, encontrada na Caixa 6, nº 422, do Arquivo Histórico Ultramarino,
em Lisboa, os Oficiais da Câmara de Natal já relatam as peripécias de Lopo na
governança da Capitania que não agradavam a ninguém e punham em perigo a paz
dos povos sob o seu mando (1980, p. 65). Algo de positivo provavelmente terá feito,
senão vejamos. Manoel Ferreira Nobre, citado por CÂMARA CASCUDO (1989, p. 155),
noticia que o Baldo, tradicional logradouro público de Natal, foi fundado no
ano de 1810 pelo governador Lopo Joaquim de Almeida Henriques. O Capitão de
Artilharia do Regimento de Olinda, José Xavier de Mendonça, foi o administrador
da obra, sendo operários praças da mesma Companhia. A mesma informação consta
em VICENTE DE LEMOS e MEDEIROS (op. cit., p. 66), não obstante o próprio CÂMARA
CASCUDO diz ser errônea, sem, no entanto, a esclarecer. Lopo Joaquim entregou o
governo ao Comandante Joaquim José do Rego Barros e ao Vereador Luís Antônio
Ferreira – os quais se mantiveram à frente dos negócios públicos nos poucos
dias que perfazem de 19 de fevereiro a 23 de março de 1806. Lopo Joaquim havia,
então, ido embora – definitivamente
FONTE
FUNDAÇÃO JOSÉ AUGUSTO